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Por que os Espíritas não Jogam em Jogos de Azar_ Uma Perspectiva Espiritual e Moral

O Fundamento Espiritual da Evitação dos Jogos de Azar

Nos círculos espiritualistas, uma questão recorrente é por que os espíritas evitam jogos de azar. Para compreender essa postura, é essencial mergulhar na essência do espiritismo e nos princípios que o norteiam. O espiritismo, como doutrina, não é apenas uma crença, mas um conjunto de ensinamentos que busca a evolução espiritual e moral do ser humano. Assim, a recusa dos espíritas em participar de jogos de azar não é uma mera proibição arbitrária, mas sim uma decisão fundamentada em princípios sólidos.

Uma das bases do espiritismo é a lei de causa e efeito, também conhecida como lei de ação e reação. Segundo essa lei, tudo o que fazemos gera consequências, sejam elas positivas ou negativas, que reverberam não apenas nesta vida, mas também em vidas futuras, de acordo com a crença na reencarnação. Nesse contexto, os jogos de azar são vistos como uma afronta a essa lei, pois implicam em tentar obter ganhos sem um esforço proporcional ou uma causa justa. Em vez de depender do trabalho árduo, da meritocracia e do mérito pessoal, os jogos de azar fundamentam-se na sorte, na aleatoriedade e, em muitos casos, na exploração da fragilidade alheia.

Para os espíritas, a vida não é regida pelo acaso, mas sim por leis naturais e espirituais que visam o progresso e a evolução. Participar de jogos de azar seria, portanto, ir contra essas leis, buscando ganhos fáceis e imediatos em detrimento do desenvolvimento espiritual. Além disso, os jogos de azar muitas vezes estão associados a vícios, como o jogo patológico, que podem trazer graves consequências para o indivíduo e para a sociedade como um todo.

Outro aspecto fundamental é a questão da caridade e da responsabilidade social. Os espíritas são incentivados a praticar o amor ao próximo e a contribuir para o bem-estar da comunidade. Participar de jogos de azar, especialmente quando há dinheiro em jogo, pode levar a comportamentos egoístas e gananciosos, onde o indivíduo busca apenas sua própria vantagem, sem se importar com as consequências para os outros. Ao invés de promover a solidariedade e o apoio mútuo, os jogos de azar muitas vezes alimentam a competição desenfreada e o individualismo exacerbado.

Dessa forma, a recusa dos espíritas em participar de jogos de azar não se resume apenas a uma questão de superstição ou dogma religioso, mas sim a uma postura fundamentada em princípios éticos, morais e espirituais. Para eles, o verdadeiro caminho para a prosperidade e a felicidade está na honestidade, no trabalho digno e na prática do bem, em consonância com as leis divinas que regem o universo.

A Importância da Ética e da Moralidade na Vida Espiritual

Além das questões espirituais, os espíritas também consideram os aspectos éticos e morais envolvidos na prática dos jogos de azar. A ética e a moralidade são fundamentais no caminho da evolução espiritual, pois refletem o grau de desenvolvimento e maturidade moral do indivíduo. Participar de jogos de azar, onde o objetivo principal é a obtenção de lucro fácil e muitas vezes às custas dos outros, entra em conflito direto com esses princípios.

A moralidade espírita está intrinsecamente ligada à lei do amor e da caridade. Segundo essa lei, devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, agindo sempre com bondade, compaixão e respeito. Os jogos de azar, ao contrário, muitas vezes incentivam comportamentos egoístas e gananciosos, onde o desejo de lucro supera qualquer consideração pelo bem-estar dos outros. Isso não apenas prejudica as relações interpessoais, mas também cria um ambiente de desconfiança e hostilidade.

Além disso, os jogos de azar podem ter consequências devastadoras para aqueles que se deixam levar pelo vício do jogo. O jogo patológico, ou ludomania, é reconhecido como um transtorno mental grave que pode levar a problemas financeiros, emocionais e sociais significativos. Muitas vezes, os jogadores compulsivos sacrificam relacionamentos, carreiras e até mesmo sua própria saúde em busca da próxima aposta, caindo em um ciclo de autodestruição do qual é difícil escapar.

Para os espíritas, a vida humana é uma oportunidade preciosa de aprendizado e crescimento espiritual, e é importante não desperdiçá-la em busca de prazeres passageiros e ilusórios. Em vez de buscar a felicidade material através do jogo, eles são incentivados a buscar a verdadeira felicidade interior, que vem do autoconhecimento, da paz de espírito e do serviço altruísta aos outros. Essa é a essência do ensinamento espírita: transcender as necessidades e desejos egoístas em favor do bem comum e do progresso espiritual.

Em resumo, os espíritas evitam jogos de azar não apenas por razões espirituais, mas também éticas e morais. Eles reconhecem que a verdadeira felicidade e realização não vêm do acúmulo de riquezas materiais, mas sim da vivência de valores elevados e da prática do amor

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